Nova era na suinocultura

NOVA ERA DA POLÍTICA ECONÔMICA E AMBIENTAL NA SUINOCULTURA.

A muito que a suinocultura deixou de ser uma cultura de subsistência, e passou a assumir um importante papel na geração de renda para grandes, médios e pequenos produtores. Além de ser responsável pela receita principal de grandes integradoras, fabricas de ração e distribuidoras de genética, que geram direta e indiretamente milhares de empregos. Temos ainda orbitando em torno deste pequeno universo varias atividades profissionais, que visam saúde e bem estar dos animais. Sabemos ainda que as exportações contribuem significativamente para o equilíbrio da balança comercial.

INÍCIO DO CICLO ECONÔMICO NA SUINOCULTURA.

Indiferente se o produtor será independente ou integrado, desde a elaboração do projeto ate sua conclusão, para que atenda a todas as exigências impostas pelas integradoras e pelos órgãos ambientais de cada estado, são custos, na maioria das vezes financiados via bancos. Quando a granja mostra-se apta para o recebimento dos animais, seja para UPL (unidade de produção de leitões) CC (ciclo completo) ou UT (unidade de terminação) é que tem início o retorno financeiro e a geração de renda, seja ela em escala industrial ou famíliar . As UPLs geram sua receita com a comercialização dos leitões produzidos, as CCs e as Uts quando da entrega dos animais prontos para o abate, atendendo ao peso exigido pelo mercado de cada região. Deduzido os gastos do valor recebido, obtêm-se o lucro líquido de cada ciclo na granja. Simplificando, podemos ver que a única fonte que gera renda para o produtor, (não estamos falando de distribuidores de genética, mas sim de produtores finais) é o suíno em sí, se resume ao comercio da carne, todos os outros agentes que cercam a cadeia, profissionais, alimentação, remédios e tratamento de dejetos são custos.

EFEITOS E CONSEQUÊNCIAS DOS DEJETOS NA SUINOCULTURA.

Podemos, sem medo de sermos caluniosos, apontar os dejetos como um dos maiores (senão o maior) entrave na atividade suinícola atual. A preocupação com os mesmos inicia-se antes mesmo da instalação da pocilga, pois, para que se tenha autorização ambiental dos órgãos responsáveis de cada estado, é necessário que seja apresentado um projeto especificando o destino que se dará aos dejetos, informando a área útil que irão recebê-los seguindo as legislações ambientais, para que então seja definido o numero de animais que possam ser alojados na granja. Nas regiões norte, nordeste e centro-oeste este problema é minimizado pelas imensas áreas disponíveis que abrigam outras culturas, tais como: milho, soja, cana- de-açucar e pastagens, já na região sul, principalmente o oeste Catarinense, onde se concentra a maior produção nacional, o cenário é totalmente o oposto, com pequenas áreas familiares e geograficamente desfavoráveis, a atividade torna-se um grande desafio. Com o projeto aprovado, inicia-se então trabalhos e gastos com: biodigestores (para quem optar por eles), horas maquina e mão- de- obra para lagoas de decantação e contenção, compra de equipamentos para sua distribuição na lavoura, combustível para os veículos que irão realizar o trabalho. Temos ainda o passivo a ser computado: férias, decimo terceiro e impostos com mão-de-obra assalariada, depreciação e manutenção com máquinas e equipamentos. Segundo o Dr. Paulo Armando, pesquisador da EMBRAPA suínos e aves, em palestra no primeiro fórum de suinocultura de baixa emissão de carbono, realizado em Marechal Cândido Rondon- PR, o custo para a distribuição dos dejetos, é de R$ 2,00 para áreas planas, podendo chegar a R$ 8,00 em terrenos acidentados. Apesar de adotados todos os cuidados, os dejetos ainda põem a suinocultura como uma das mais poluidoras atividades do agronegócio. Como vimos acima, os dejetos além de onerosos, são o principal agente que restringe o aumento do plantel, consequentemente reduzindo a perspectiva de lucro que a atividade pode gerar.

O QUE VEM SENDO FEITO A RESPEITO.

Diversos órgãos públicos e privados, vem nos últimos anos realizando uma ampla e completa pesquisa sobre o uso de dejetos como fertilizante nas mais variadas culturas agrícolas, e em todas, sejam elas da Embrapa, Epagri, Epamig ou das diversas universidades que se aprofundaram no assunto, as conclusões são unânimes, quando utilizados de forma correta, os dejetos substituem com vantagens a adubação química. Porem o uso dos dejetos in-natura só podem ser feitos em áreas circunvizinhas a granja, sua exportação para outras regiões seria economicamente inviável, pois a energia gasta seria maior que o retorno adquirido.

Quando em 2009, na cidade de Cascavél-Pr a Embrapa em conjunto com a Copacol, cvale, coagru, copagril, lar, Coopavel,coodetec e Iapar reuniram-se para um estudo que visava apresentar resultados de pesquisas e propor soluções para os problemas gerados pelos dejetos oriundos da suinocultura, concluíram que:

- resultado das pesquisas mostraram que o organomineral é mais eficiente que o químico, que foi superado ate mesmo pelo super simples como fertilizante.

- a utilização deste fertilizante fecharia o ciclo onde o resíduo de uma atividade, torna-se em potencial insumo para outra, assim conseguiremos integrar todo potencial produtivo disponível na propriedade, teríamos portanto, produção sustentável, prudência ecológica com crescimento econômico.

Para que tal feito fosse realizado, foi proposto a instalação de indústrias granuladoras de dejetos, para que se pudesse fazer o fertilizante organomineral, viabilizando o armazenamento, transporte e o uso em plantadeiras com aplicação no plantio direto.

No entanto, dois fatores inviabilizaram o projeto.

-morosidade no processo.

Antes de ser granulado, o dejeto deveria passar por compostagem, processo que leva entre 120 a 180 dias.

-inviabilidade econômica.

a planta, contemplando construção civil, equipamentos e deposito, foi na época orçada em R$ 26.OOO.000,00 (vinte e seis milhões de reais).

Atualmente, coordenado pelo ministério da agricultura contando com o apoio do IICA, ABCS e da Embrapa suínos e aves, fóruns para a divulgação da agricultura de baixa emissão de carbono (plano ABC) vem sendo realizados nas principais regiões produtoras de suínos do Brasil, que entre outros objetivos, busca novas tecnologias para o tratamento de dejetos suínos, que de acordo com o secretário Caio Rocha, é fundamental dentro do plano ABC.

Segundo o Dr. Fabiano Coser consultor do MAPA, em palestra no mesmo fórum realizado em Marechal Cândido Rondon, quando o assunto é dejeto suíno, devemos pensar não em tratamento, mas sim em aproveitamento, pois o aproveitamento dos dejetos como fertilizante (palavras do Dr. Fabiano Coser) pode gerar mais lucro que o próprio suíno.

CAPACIDADE DE ABSORÇÃO PELO MERCADO PARA A PRODUÇÃO EM GRANDE ESCALA DE ADUBO ORGÂNICO E ORGANOMINERAL.

Segundo o Ministério da Agricultura, o comércio de fertilizantes está em torno de 20 milhões de toneladas ao ano. Porém, as nossas produções de adubo químico mantêm-se as mesmas há anos, com aproximadamente 7,5 milhões de toneladas.

Outro dado interessante fornecido pelo MAPA, é que haverá maior incremento da produção agropecuária do que expansão de área na próxima década, obviamente devido ao aumento de tecnologia e consequentemente a utilização de mais adubo nas lavouras. Só ai já temos um déficit de 12,5 milhões de toneladas ao ano.

Vamos analisar agora duas das seis metas do MAPA no plano ABC a serem atingidas até o ano de 2020.

-Recuperação de 15 milhões de hectares de pastagens degradadas.

- Ampliação do uso de tecnologias para tratamento de 4,4 milhões de m3 de dejetos animais.

Resultado na recuperação de pastagens com dejetos de suínos, pesquisa feita pela Embrapa e pela universidade federal de Goiás em uma fazenda em Rio Verde GO.

A adubação de Brachiaria brizantha cv. Mandaru, com doses crescentes de dejetos de suínos, mostrou um incremento de 156% na produção de matéria seca por hectare e a qualidade da proteína na matéria seca melhorou 230%. Com dados desta pesquisa realizada pelos mais competentes órgãos, podemos dizer que os números falam por si só, quanto a eficácia dos dejetos suínos na recuperação de pastagens.

Para que conseguíssemos atingir a meta até 2020 de tratar para posterior aproveitamento de 4,4 milhões de m3, o que se equivale a 4,8 milhões de toneladas de dejetos, teríamos que produzir 1,2 milhões de toneladas ano ou 100 mil toneladas mês, simplificando: seria necessário que se produzisse 138,8 toneladas hora, 24 horas por dia durante 04 anos para

Gerar adubo que atenderia menos de 1/3 da demanda necessária para atingir a meta da recuperação das pastagens degradadas, e isso falando em uma única aplicação. Outro comparativo, se fizermos este mesmo volume de adubo durante um ano, teríamos adubo para suprir 8% apenas do déficit anual de adubo químico nas lavouras.

Com isso temos a prova que a demanda, seria infinitamente superior a oferta de adubo orgânico e organomineral.

NO ENTANTO JÁ EXÍSTE SOLUÇÃO PARA TODOS ESSES PROBLEMAS. E PODEMOS NOS ORGULHAR, POIS ELA É BRASILEIRA.

A quatro anos, a construmetal, em parceria com suinocultores da região oeste paranaense, iniciaram um projeto que visava a produção de adubo orgânico a partir dos dejetos gerados pelos suínos alojados em sua propriedade.

Porém, conhecendo a ineficiência e custos no processo de peletização, e a morosidade

da compostagem, é que iniciou-se então a busca pela granulação dos dejetos sólidos

já a partir de sua saída da pocilga.

Houveram várias tentativas, em algumas não conseguia-se a formação do grânulo,

em outras esfarelava-se logo após a granulação, com diversos testes em compostos

agregados, e ajuste dos equipamentos, obtivemos sucesso em atingir o resultado almejado.

O processo.

A propriedade, em que a fábrica piloto está instalada, aloja dois mil suínos em fase de terminação, gerando aproximadamente 1 ton. de dejetos sólidos dia.

Na saída da pocilga foi construído um reservatório com capacidade para abrigar os dejetos sólidos e líquidos gerados em dois dias.

O conteúdo do reservatório é então liberado, onde passa por um equipamento, onde até 65% dos dejetos sólidos incluindo até mesmo os pelos dos animais são separados, liberando apenas a água com micronutrientes para os biodigestores ou lagoas de decantação.

Em seguida os dejetos recebem aditivos de outros compostos orgânicos e são encaminhados a um outro equipamento que faz sua granulação, sendo então transportados para silos resfriadores, estando assim, o adubo orgânico granulado pronto para a sua utilização em plantadeiras, espalhadores ou armazenamento em sacas, bags e silos, ou para transporte a granel.

-A capacidade desta fábrica piloto, é de processamento de 2 ton. hora. Porém, os equipamentos

podem ser dimensionados para maior produção, atendendo a projetos maiores.

O produto.

Por ser um adubo granulado, abre-se ao contato com um mínimo de umidade do solo,

tendo assim resultado imediato como fertilizante.

pela sétima safra consecutiva, apenas o adubo gerado na propriedade é utilizado,e a produção de grãos vem tendo aumentos sucessivos. Na última safra foram colhidas 202 sacas de soja de média por há.

O solo.

Em recente visita a propriedade, o secretário de agricultura de Toledo. Sr. José Augusto, e o presidente dos suinocultores do oeste paranaense, Sr. Norberto, surpreenderam-se positivamente ao ver que, mesmo com o solo descoberto após dez dias da colheita do milho e a alguns dias sem chuva encontravam-se minhocas por toda a área de cultivo. Constatamos assim na prática, que o uso correto apenas de adubo orgânico devolve vida ao solo.

UMA NOVA VISÃO PARA A SUINOCULTURA

Ao obtermos sucesso no desafio imposto pelos dejetos de seu tratamento e aproveitamento, podemos afirmar que a suinocultura passará por uma transformação significativa. As razões que nos levam a acreditar nisso são muitas, a atividade perderá o estigma de vilã ambiental, pois deixará de gerar passivos nocivos ao meio ambiente, e passará a ser produtora de fertilizante orgânico, adubo esse que hoje é sinônimo de saúde, bem-estar e respeito pela natureza. Em um simples revés a atividade se tornará uma grande heroína das causas ambientais.

Os suinocultores, principalmente os pequenos, deixarão de ter seus plantéis restritos, pois não só darão destino apropriado aos dejetos, mas estarão também contribuindo para que metas nacionais sejam atingidas, podendo desta forma dobrar até mesmo triplicar o número de animais em uma mesma granja, consequentemente seus lucros.

Por fim, esta nova tecnologia traz pela primeira vez na história da suinocultura a possibilidade de uma segunda fonte de renda dentro da atividade, transformando seus problemas em lucro.

Construmetal Industrial Ltda- Rua Tomé de Souza, nº 284, Cascavel Velho.  CEP: 85818-040- Cascavel-Paraná.
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